Bloco questiona Governo sobre a criação urgente de Unidade de Cuidados Intensivos no CHO

O Bloco de Esquerda considera que a criação de uma Unidade de Cuidados Intensivos era uma necessidade antes da pandemia e é atualmente uma urgência para responder à covid-19 e a outras patologias. Há um ano estava em elaboração um projeto para criar uma UCI orçamentado em um milhão de euros.

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) serve uma população aproximada de 300 mil pessoas, prestando serviços a muitos utentes da região de Lisboa e Vale do Tejo, a região onde se encontra atualmente o maior número de novos infetados com Convid-19, havendo muitos hospitais sobrelotados.

O CHO é constituído por três hospitais, localizados nos concelhos de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras. Segundo declarações prestadas pela administração do CHO em Fevereiro de 2020, há um ano atrás, estava na altura em elaboração um projeto para criar uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), estando orçamentado um milhão de euros para esta finalidade. O projeto justificava-se porque nenhum dos três hospitais tem UCI e desta forma passariam a poder garantir algumas cirurgias e “reter doentes críticos que atualmente são transferidos” para outros hospitais. Este projeto assume também especial importância para “criar diferenciação e reter profissionais”.

Se em pré-pandemia a necessidade de criar uma UCI no CHO era evidente, atualmente é uma urgência para responder à covid-19 e a outras patologias.

Segundo declarações à imprensa de uma diretora do serviço de urgência geral “o Hospital das Caldas está praticamente transformado num hospital Covid-19” e “65% a 70% de todo o Centro Hospitalar está dedicado à epidemia”. A profissional relata situações de muita dificuldade na transferência de doentes que precisam de cuidados intensivos, exemplificando: “o meu recorde foi 18 chamadas para encontrar quem acolhesse um doente nosso que precisava de cuidados intensivos”. Um diretor do serviço de urgência afirmou que a região está numa “zona cinzenta” porque não existe “capacidade ventilatória invasiva” para responder à pandemia e relata que esta situação tem elevados impactos na disponibilidade dos profissionais de saúde, pois alguns têm de se ausentar durante mais de 10 horas para acompanhar os doentes até às UCI.

O Bloco de Esquerda considera urgente que o Governo tome as diligências necessárias para garantir a constituição de uma Unidade de Cuidados Intensivos no Centro Hospitalar do Oeste, podendo desta forma aumentar a capacidade de resposta da região à pandemia, mas também para outras patologias. 

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas: