Catarina Martins apela a que Governo resolva cortes de financiamento no ensino artístico
A coordenadora do Bloco de Esquerda visitou esta quarta-feira a Sociedade Artística Musical dos Pousos, em Leiria, tendo denunciado a situação que está a ser provocada nalguns locais, nomeadamente nesta cidade, por cortes no ensino artístico articulado.
“Há alunos que se matricularam em ensino articulado, ensino da música, tendo em conta as vagas que todos os anos abrem para este ensino e em que agora o Estado diz que não paga este ensino. Aos alunos da escola pública está a ser colocada a seguinte solução: ou deixam de estudar música ou têm de pagar propina. Isto não tem nenhum sentido”, afirmou Catarina Martins.
E sublinhou: “É absurdo como é que numa mesma turma da escola pública, a uns é dito que terão o ano letivo normal, ou seja, a escola pública é gratuita e a outros alunos da mesma turma, é dito que terão de pagar propina para fazerem os seus estudos”.
A coordenadora bloquista explicou que “o Ministério da Educação envolveu-se aqui numa enorme trapalhada” e afirmou: “o apelo que eu faço é que nos próximos dias se resolva já o problema para os alunos que estão matriculados, sem prejuízo de nós, no Parlamento, querermos perceber exatamente o que se passou e querermos debater o financiamento do ensino artístico e o acesso da música a todas as crianças em Portugal”.
É preciso contratar mais professores, assistentes técnicos e assistentes operacionais
Catarina Martins falou ainda sobre o arranque do ano letivo, sublinhando a impotência do ano letivo ser presencial e destacando três questões.
"Em primeiro lugar, precisamos de mais professores", lembrando que há professores que pertencem a grupos de risco, o que é agravado por “termos corpo docente envelhecido”.
Em segundo lugar, “é preciso contratar mais trabalhadores para as escolas, nomeadamente assistentes técnicos e assistentes operacionais”, defendeu, alertando que sem mais auxiliares não é possível organizar o recreio no intervalo em segurança.
Catarina Martins apontou ainda que devia haver articulação entre o Ministério da Educação e as autarquias para “identificar mais espaços, espaços mais amplos, espaços públicos, que as escolas pudessem ocupar, para garantir mais espaços entre os alunos e maior segurança”.
A coordenadora exemplificou com os casos de Barcelona, "em que a autarca colocou à disposição espaços da Câmara para as escolas funcionarem" ou na Dinamarca "em que há até indicação para o que possa ser ao ar livre, seja ao ar livre na ocupação de espaços públicos".