Professores em luta [Newsletter: Lado Esquerdo]

Há uma velha anedota, em que um automobilista entra na autoestrada em contramão. Ligado o rádio, ouve que há um condutor em sentido contrário …. Exclama: um? Todos!...

As anedotas revelam esta capacidade de mostrar como uma tragédia pode ser cómica!...

Mais uma greve, manifestações no Porto e em Lisboa, milhares de Professores na rua, numa terça feira, note-se. Num paralelismo com a referida anedota, seria caso para o ministro da educação, fraco condutor, por sinal, dizer que estariam todos em contramão!...Todos.

Genuína preocupação a sua, certamente, pelos tais milhares de incautos Professores em sentido contrário, à beira de se estatelarem ou pelo menos na berma ficarem!

Ao senhor ministro diremos, não se apoquente, estatelados estamos e na berma temos estado. Portanto, pior não será fácil!

6.6.3 Seis anos, seis meses e vinte e três dias. Não, não é apenas um slogan para desperdiçar ao vento. São dias de trabalho cumpridos por cada um dos Professores, que mais não fazem que lutar por aquilo a que têm direito, tão só porque o trabalho e quem o realizou em prol do desenvolvimento de tantas crianças e jovens, merece RESPEITO.

Um Respeito, em letras bem grandes, porque o número não é apenas um número. Se fosse apenas um número, então, teríamos de o multiplicar pelos 150.127 Educadores e Professores, como regista a Pordata em 2021. É só fazer as contas…de multiplicar.

Ora, a operação aritmética que este ministro e governo persistem em prolongar, é a subtração. Subtração do tempo não recuperado, do tempo para ensinar verdadeiramente, subtração do investimento na Escola Pública. No fim de contas, é essa a grande luta que os milhares de Professores e também outros intervenientes educativos, persistem em levar por diante, não porque defendam apenas os seus direitos, mas os direitos dos alunos e das famílias a uma educação de qualidade para todos, que ao país todo, em última instância interessa. Um país que perceba isso, que respeite o valor da educação, será um país que se respeitará a si próprio e que saberá em que direção quer seguir a viagem. Haja quem saiba conduzir!

Texto: Carlos Ubaldo