"Defender os bens comuns, como o SNS, é função de um Presidente da República"

Numa sessão em Leiria, Marisa Matias elegeu a defesa do SNS como um dos principais eixos da sua candidatura à Presidência da República. E considerou "inaceitável" a atual falta de profissionais de saúde e o não cumprimento do compromissos orçamentais deste ano na área da saúde.

Marisa Matias defendeu mais uma vez a necessidade de o ministério da Saúde e do Estado garantirem a segurança de todos os cidadãos, quer seja através do reforço da resposta integrada do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer seja através da requisição civil de meios do setor privado.

Na sessão de apresentação em Leiria da sua candidatura à Presidência da República, a eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda identificou a defesa do SNS como um dos pontos centrais da sua candidatura.

 

“Defender ou promover os bens comuns que são a nossa garantia constitucional, como o serviço de saúde, é precisamente a função de um Presidente da República, o cargo a que me candidato”, explicou. 

Para Marisa Matias, o cargo de Presidente da República implica “garantir condições democráticas e igualitárias no que há de mais importante na vida”, sendo uma obrigação constitucional garantir “a toda a gente o que é de toda a gente”.

A candidata considera “inaceitável” a atual situação vivida pelo SNS, em que há “menos médicos hoje do que no início da pandemia” e em que os compromissos assumidos no Orçamento do Estado para 2020 para com os profissionais de saúde ainda não foram cumpridos. Também os atrasos nos concursos médicos, encerramento de urgências, atrasos nas consultas e o consequente esgotamento dos profissionais de saúde são alvo de crítica.

 

“Olhando para as discussões que vão definir o próximo ano, a minha visão é esta: não se perca a oportunidade, que é uma obrigação, de reforçar estruturalmente o SNS”, defendeu na sessão de apresentação da sua candidatura. 

A atual situação pandémica exige que o ministério da Saúde e o Estado assumam o seu papel na garantia da segurança de todos os cidadãos. Para tal, Marisa Matias apresenta dois cenários: a “requisição civil de meios do setor privado para reforçar o SNS” e o “fortalecimento da resposta integrada, dirigida pelo SNS” - “é mínimo que podemos exigir num momento tão difícil”, justifica.

Também a situação dos cuidadores informais foi referida, com a eurodeputada a defender a necessidade de “transformar este primeiro passo que foi a lei que reconhece que há quem se sacrifique para dar o melhor de si aos seus familiares que disso dependem, numa política consistente e abrangente que ampare as cuidadoras informais e as suas famílias”, concluiu.