Eleições CCDR: Bloco de Esquerda Vota em Branco em Leiria, Marinha Grande, Nazaré e Caldas da Rainha

Os deputados do BE dos municípios de Leiria, Marinha Grande, Nazaré e Caldas da Rainha, exprimiram a sua oposição ao processo através do voto em branco, reafirmando a defesa de uma regionalização democrática que combata as desigualdades territoriais e reforce a coesão social no país.  

No dia 13 de outubro e na sequência do Decreto-Lei n.º 27/2020 do governo e da Lei nº 37/2020 aprovada no parlamento pelo PS e PSD,  vai ocorrer a votação pelos eleitos municipais (presidente e vereadores das câmaras municipais e membros das assembleias municipais) para presidente de cada uma das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). 

As CCDR  têm importantes atribuições: para além de apoio técnico às autarquias locais e da promoção da atuação coordenada dos serviços desconcentrados do Estado de âmbito regional, é também sua missão executar políticas de desenvolvimento regional, abrangendo os programas operacionais regionais e outros fundos comunitários. As CCDR mantêm a sua natureza jurídica de dependência do Estado central, um órgão da administração direta do Estado.

Independentemente do perfil técnico-político das figuras propostas pelo PS e PSD, este conluio de 2 partidos políticos põe em causa uma dos principais marcas do voto democrático, a possibilidade dos eleitores (no caso as/os deputadas/os municipais) poderem exercer o acompanhamento e avaliação  do trabalho das presidências das CCDR’s. Os membros das assembleias municipais estão limitados a legitimar com o seu voto as  candidaturas definidas pelo PS e PSD. 

Conforme realçou a Mesa Nacional do BE, este modo de designação das presidências das CCDR’s reforça o centralismo e assegura o controlo pelo PS e PSD da distribuição dos fundos comunitários, pelo que os deputados do BE dos municípios de Leiria, Marinha Grande, Nazaré e Caldas da Rainha, estiveram presentes na reunião extraordinária da assembleia municipal e exprimiram a sua oposição ao processo através do voto em branco, reafirmando a sua defesa duma regionalização democrática que combata as desigualdades territoriais e reforce a coesão social no país.