Bloco apresenta candidatura autárquica no Concelho da Marinha Grande

De forma simbólica, o Bloco de Esquerda apresentou a sua candidatura autárquica no 1º de maio, no concelho da Marinha Grande, tendo definido os cabeças de lista à Câmara e Assembleia Municipal. A apresentação dos candidatos contou com a presença do deputado Ricardo Vicente, eleito pelo distrito de Leiria.

Discurso de Pedro Luzio - Candidato à Câmara Municipal da Marinha Grande

Caros camaradas e amigos, em primeiro lugar, agradecer a todos os presentes e à comunicação social. Um agradecimento especial ao Ricardo Vicente, deputado do BE eleito por Leiria que tanto tem feito pelo distrito e, como não podia deixar de ser, pelo nosso Pinhal do Rei. Agradecer também ao camarada Nuno Machado, atual deputado eleito na Assembleia Municipal e agora cabeça de lista ao mesmo órgão. Para terminar os agradecimentos, agradecer ao Bloco a confiança depositada em mim para encabecear esta candidatura coletiva.

Como não podia deixar de ser, neste dia tão importante não só a nível internacional como também a nível local, para a MG e os seus trabalhadores, uma saudação especial a todos os que lutaram, lutam e certamente lutarão por melhores condições para os operários. Viva o primeiro de maio!

Para todos os que ainda não me conhecem, sou o Pedro Luzio, tenho 23 anos. Nasci e vivo nesta cidade de que tanto gosto. Acredito que juntos conseguimos ajudar a torná-la melhor. Sou jovem é certo, não tenho a experiência política que outros candidatos já conhecidos, mas também não tenho os seus vícios.

Não estamos aqui hoje para apresentar o nosso programa autárquico, aliás, ainda não está construído. Não está construído porque não o queremos fazer dentro destas quatro paredes. Queremos construí-lo nas escolas, nas associações, nas coletividades e junto de cada munícipe. Só assim faz sentido, ouvindo os verdadeiros intervenientes destas áreas. 

Os jovens que até há bem pouco tempo eram apenas os meus colegas. A proteção animal, que deve ser uma área de interesse para todos. Uma área bastante importante para mim, uma área em que estive envolvido e lutei ativamente durante 7 anos numa organização, uma área que sofre de sobrelotação de espaço e de falta de apoio das entidades locais. Um outro pilar da nossa comunidade, o desporto, uma área que tanto gosto e com a qual trabalho diariamente e que vejo o quanto sofreu com esta pandemia. E sem falar sequer do tão prometido patinódromo que os atletas da patinagem de velocidade tanto merecem. Este ano há um campeonato da Europa de Patinagem de Velocidade em Portugal, talvez fosse na Marinha se a câmara já tivesse construído o patinódromo. Queremos ouvir também as coletividades, que tanto têm dado à nossa comunidade. Associações, grupos locais e acima de tudo todos os marinhenses que têm problemas, querem e merecem ser ouvidos. Queremos ser a voz de todos eles. 

O potencial urbanístico da cidade é enorme, cada vez mais vemos os marinhenses e cidadãos de outras zonas do país a querer projetar, construir, e renovar não só casas de habitação própria e permanente como também pequenas e médias empresas e até fábricas.

A câmara e o seu executivo permanente teimam em não otimizar os processos burocráticos, o que leva à desistência dos projetos. 

Não é admissível que projetos que trazem novas casas, novos empregos e nova vida à Marinha Grande sejam travados pela falta de pulso que existe na gestão dos projetos. Não é admissível que exista tempos de espera de 2 e 3 anos para licenças de habitabilidade, para respostas a requerimentos de obras, Não é Admissível!

Nos últimos anos temos visto o total de edifícios contruídos e reabilitados para a habitação diminuir drasticamente, comprovam-no as estatísticas. É preciso o Bloco ter força local para mudar esta tendência. É preciso incentivar a reconstrução de casas antigas e abandonadas. É preciso incentivar o programa de renda acessível. É preciso incentivar a criação de novos postos de emprego. Muito importante, é preciso conseguir que os trabalhadores, atuais e futuros da MG, jovens e pensionistas, deixem de ser apenas residentes e se tornem munícipes de plenos direitos. Para isso precisamos de promover a democracia no concelho.

Com a saída de profissionais de saúde do suposto Serviços de Atendimento Permanente veio grande falta de médicos para os marinhenses. Com a população da MG cada vez mais envelhecida, a receber míseras pensões da SS ou da caixa geral de aposentações, que mal chegam para habitação, alimentação e despesas de saúde, estas pessoas vêm-se obrigadas a deslocarem-se dezenas e muitas vezes centenas de quilómetros da sua terra, em que sempre viveram, que tanto gostam e para a qual sempre contribuíram, para unidades de cuidados continuados. A juntar a este ponto, vemos aspetos completamente contraproducentes. Numa cidade que sofre com o envelhecimento da população não vemos verdadeiros incentivos à natalidade. Situações como os fechos de escolas só provocam um afastamento da população dessas zonas já por sí mais afastadas e deslocadas dos centros, o que prejudica tanto os atuais como os potenciais munícipes. 

Algo que nos aflige e que precisa urgentemente de ser abordado e resolvido é a poluição, tanto nas praias como no Rio Lis. A emergência climática não pode esperar por melhores alturas nem oportunidades, não pode esperar! Tem de ser enfrentada já, porque não há planeta B. As descargas ilegais das suinicultura nas margens do Rio Lis é um dos maiores problemas ambientais da zona centro que apesar das muitas promessas do Governo e dos executivos municipais até agora não viu qualquer tipo de solução. A acrescentar a esta situação, as praias do concelho sofrem com o mesmo problema, não só devido à foz do rio na nossa praia da Vieira como também devido à poluição provocada pelos habitantes e banhistas. 

Acrescento também a necessidade de requalificação das praias do concelho. Tendo em conta a qualidade das praias e a procura que elas têm, especialmente na zona centro, a requalificação e a restruturação dos passadiços não devia ser sequer uma questão, devia ser uma ação. Os passadiços que vemos nas praias são um perigo para a população e têm que ser renovados. No que diz respeito a acessos, existem imensas praias na MG com acessos pouco seguros, e algumas que não têm sequer acessos. Numa zona que se destaca pelo turismo isto não é admissível e tem de ser retificado. 

Neste ponto, existe algo que não pode ficar de parte: o estado das piscinas de São Pedro. As piscinas são um marco dentro e fora do concelho, um local onde muitos de nós cresceram e passaram os Verões. Neste momento, as piscinas abandonadas são um enorme risco. Ao serem deixadas ao abandono existe uma propensão muito maior para acidentes e tragédias. Para além disso, não podemos nem devemos deixar locais chegarem ao estado a que chegaram as piscinas. Esta situação tem de ser revista e adereçada. 

A proteção animal é um ponto bastante presente no nosso concelho, e neste momento está a sofrer de uma tremenda falta de apoio. Temos canis sobrelotados, associações que fazem o seu melhor com as fracas condições que têm e com as dívidas significativas, isto tudo para conseguirem prestar um serviço à comunidade, um trabalho da responsabilidade da Câmara. Fazem um trabalho essencial e sem terem sequer as condições mínimas necessárias. Esta é uma área que precisa de um grande investimento e ajuda e que não pode ficar para trás. Existem animais a viver em condições insuficientes e isto não acontece por falta de voluntários ou de vontade da comunidade marinhense. Temos de ser uma verdadeira cidade amiga dos animais!

Tal como disse ao início, diariamente vejo o quanto os clubes desportivos sofreram com esta pandemia e com a paragem forçada. Houve uma enorme desistência de atletas federados de praticarem desporto, a consequência a médio prazo desta desistência na saúde dos nossos jovens é assustadora. É necessário criarem-se apoios e programas de desenvolvimento desportivo no concelho, é preciso incentivar a prática desportiva, construção de novos espaços, é preciso apoio aos clubes. Temos hoje o primeiro jogo do ano no campeonato do Sporting Clube Marinhense que disputa a tão aguardada retoma à Primeira Divisão de Hóquei em Patins!

A intervenção já vai longa, retenham que queremos e vamos envolver a comunidade, queremos ser a voz dos de baixo e a força que não deixa ninguém para trás. Perante a crise pandémica e económica que se instala somos a candidatura que se apresenta pela cooperação e solidariedade. Juntamos forças por um futuro melhor e é para esse desafio que apelamos a todos os marinheses.

Para terminar, trago-vos uma citação do Miguel Portas:

“As atitudes têm de servir para algo mais do que conquistar votos ou justificar passados. Têm de ajudar a inventar um futuro onde as pessoas possam crescer não em função do que têm mas do que podem ser.”

É por este futuro que lutamos.

Viva o 1º de Maio!

Viva a Marinha Grande!   

Biografia:Pedro Luzio, 23 anos, nascido e residente na Marinha Grande, é candidato à presidência da Câmara Municipal da Marinha Grande pelo Bloco de Esquerda. É formado em informática e trabalha nessa área na Federação Portuguesa de Patinagem e de Hóquei. Em termos associativos é membro do comité de patinagem artística da federação, esteve ativamente ligado à área da proteção animal na Marinha Grande durante 7 anos, foi membro da Associação de Patinagem de Leiria durante 2 anos e teve uma breve passagem pela Projetos de Vida Sénior da Marinha Grande enquanto formador. Foi ainda atleta no Sporting Clube Marinhense em patinagem artística durante 8 anos.  

Discurso de Nuno Machado - Candidato à Assembleia Municipal  

Boa tarde camaradas e amigos, representantes da imprensa local, e a todos os Marinhenses, Vieirenses e Moitenses

É com alegria e convicção que aceito ser candidato à Assembleia Municipal da Marinha Grande pelo Bloco de Esquerda, dando continuidade ao mandato atual. 

Nos últimos quatro anos o Bloco foi uma força política ativa no concelho, que esteve sempre ao lado da população da Marinha Grande, lutando pela melhoria da sua qualidade de vida, pela preservação dos nossos recursos naturais, pelo bom ordenamento do território e lutou também pela transparência da política autárquica e pela democracia local em todos os órgãos onde teve representantes eleitos. Pela melhoria do Serviço Nacional de Saúde, da Escola e dos transportes públicos.

Foram quatro anos de trabalho intenso, onde apresentámos propostas, moções e recomendações, ao executivo autárquico com vista a tornar o nosso Concelho cada vez mais atrativo, com melhores condições de vida, e de trabalho, para todos os munícipes.

 Orgulhamo-nos do trabalho que fizemos, e à beira de novas eleições, cá estamos para continuar a lutar por um concelho mais inclusivo, que responda às necessidades da população e que tenha responsáveis autárquicos que saibam ouvir os marinhenses e responder às suas necessidades.

Na passada Assembleia Municipal o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta para moção que apela ao governo pela requalificação integral da linha do oeste e o início imediato de preparação dos estudos técnicos para a eletrificar o troço de Caldas da Rainha até ao Louriçal. Mas a mesma moção, propõe também o assumir de responsabilidades pela câmara Municipal da Marinha Grande, de forma a desenvolver os transportes públicos municipais rodoviários a preços acessíveis e de forma articulada com os horários de circulação da linha. Esta proposta foi aprovada por unanimidade , com uma abstenção da bancada do PS.Precisamos de uma câmara municipal que defenda o transporte coletivo e a mudança de perfil de mobilidade no concelho e na região.

Recentemente propusemos também que a Câmara Municipal da Marinha Grande desafiasse os municípios vizinhos para a criação de um plano de ação intermunicipal para despoluir o Rio Lis, pois é tempo de acabar com o desastre ambiental que desagua na praia da vieira. O rio lis tem de deixar de ser o esgoto das suiniculturas, mas a proposta foi chumbada, com os votos contra do partido socialista e a abstenção e indiferença dos restantes. 

Falta pro-atividade ao executivo da Câmara Municipal. Há assuntos de sempre que continuam por resolver, e não é por falta de meios!

Continuamos a ter um mercado municipal a funcionar, pela 3ª vez, em instalações “provisórias”, uma rotunda em falta no cruzamento de pero neto que já deu muitas notícias e anúncios, mas nunca passou disso e continuam a colecionar-se acidentes. O Concelho Municipal de Segurança foi aprovado em Junho de 2019 e até ao momento, ainda não se sabe nada sobre a sua constituição e funcionamento. Efectua-se a compra de edificios históricos da nossa cidade, mas continuamos sem saber qual o fim que lhes está destinado, levantando suspeições sobre as reais intenções desses negócios.

Dois terços do município foram consumidos pelas chamas durante os incêndios de 2017. Perdemos 86% da Mata Nacional de Leiria, um dos patrimónios naturais mais relevantes da região e do país. Temos um governo apático que simula estar tudo correr bem e um executivo municipal que espelha a apatia do governo, com quem partilha a mesma cor partidária. A mata continua por recuperar, sem compromissos de médio e longo prazo. Houve uma Comissão Científica que produziu um relatório com recomendações que foram quase todas ignoradas pelo Governo, mas o executivo municipal aplaude. Não abandonaremos esta luta.

Com a crise pandémica, está a instalar-se uma enorme crise económica, mas o executivo municipal tardou em implementar medidas para que as pessoas mais vulneráveis do concelho não ficassem desamparadas e precisando de apoio para enfrentar as dificuldades crescentes.

O executivo do Partido Socialista peca por falta de transparência nas contas municipais. Orçamento atrás de orçamento, os dados são apresentados em números anuais e o Bloco tem vindo sempre propor a desagregação dos dados de forma mensal ou trimestral, de forma a ser possível compreender as datas em que estão previstas despesas e receitas. Só assim a Assembleia Municipal e os munícipes poderiam conhecer e fiscalizar as contas do município. Mas o executivo prefere tratar as contas de forma obscura. 

Orçamento esse, que em termos de execução, consegue apresentar resultados que envergonhariam qualquer Município!

É por isso importante um partido que lute pela transparência, para que todos saibamos o que se anda a fazer com os dinheiros públicos. Só assim se pode gerar confiança e conquistar a participação dos marinhenses nos processos municipais.

Quem vive na Marinha pode contar, como sempre, com a força do Bloco de Esquerda na luta pela transparência e pela democracia. Somos a força que se compromete com este combate, que é essencial para um concelho capaz de responder aos desafios do futuro. 

Biografia: Nuno Machado, 47 anos, casado e com um filho, é natural da Marinha Grande, tendo vivido até aos  8 anos na localidade da Amieira, emigrando nessa altura com os seus pais para a Venezuela. Ao fim de 8 anos no estrangeiro, regressou a Portugal fixando-se com a sua família na Marinha Grande.
Após concluir o 12º como Técnico de Informática, licenciou-se em Psicologia Social e das Organizações, efetuando o seu estágio curricular na área da Psicologia Educacional enquanto desempenhava funções como Verificador de Qualidade na empresa Santos Barosa S.A.
Exerceu funções na área social como técnico numa Associação local de cariz social, prestando apoio à população mais carenciada, nomeadamente através de ações no âmbito da prevenção da Toxicodependência e doenças sexualmente transmissíveis e apoio a pessoas em situação de sem-abrigo. Neste âmbito, foi ainda formador  na área do desenvolvimento pessoal, em cursos de formação profissional.
Atualmente, desempenha funções de chefia na empresa vidreira onde trabalha há 26 anos, exercendo também atividade como formador  e explicador, nas áreas do Desenvolvimento e Relacionamento Interpessoal e de Língua Espanhola. Colabora como seccionista da Formação de Hoquei em Patins do Sporting Clube Marinhense.