Megatech: empresa da Marinha Grande despede dezenas de precários antes de lay off

Mais um exemplo claro de como a precariedade laboral é um instrumento ao serviço da irresponsabilidade patronal. 

A administração da Megatech, empresa do setor dos plásticos com uma unidade industrial na Moita, Marinha Grande, segundo denúncias que recebemos, despediu todos os trabalhadores e trabalhadoras com contrato de trabalho temporário. Assim, cerca de 50 profissionais, intermediados pelas empresas de trabalho temporário Kelly Services e Egor, ficaram sem emprego. A empresa já recorreu entretanto ao lay off.

As mesmas denúncias relatam que a administração da empresa tinha começado por anunciar que, dado o contexto, iria acionar o novo regime de “lay off simplificado”, mas que todos os funcionários estariam abrangidos e que não haveria despedimentos. No entanto,  antes do início do lay off, os precários e as precárias recebem uma chamada das empresas de trabalho temporário a comunicar o seu despedimento. Como aconteceu em várias situações relatadas nas últimas semanas, o despedimento veio acompanhado da promessa de voltar a contratar estas pessoas, assim que a empresa retomasse a sua atividade.

Mais um exemplo claro de como a precariedade laboral é um instrumento ao serviço da irresponsabilidade patronal. A precariedade está a desenhar-se como o factor mais comum entre as pessoas que ficam desempregadas, nestas primeiras semanas de crise sanitária. Nesta empresa, como em vários outros casos, o despedimento de precários acontece antes de recorrer aos apoios públicos – algo que só é possível porque as medidas em vigor não protegem estas pessoas.

A Megatech produz peças plásticas para a indústria automóvel. A unidade da Megatech na Marinha Grande, criada em 2011, através da aquisição da Fatraplás, tem vindo a investir em maquinaria, equipamentos e, mais recentemente, em instalações. Em 2016, a Megatech Industries adquire 5 fábricas, 3 na Alemanha, 1 na Polónia e 1 na República Checa. A empresa da Marinha Grande investiu cerca de 7 milhões de euros, comparticipados pelo Programa Portugal 2020 e previa uma faturação de 20 milhões para 2020.