Movimentos sociais saem à rua para “resgatar o futuro, não o lucro”
Um conjunto de movimentos sociais convoca uma manifestação para sábado, dia 6 de junho, em Lisboa, Porto e Braga, exigindo apoios aos mais afetados pela crise provocada pela pandemia de covid-19.
“Saímos à rua pela falta de planos reais para o futuro de todas e todos. Saímos porque vivemos outras crises, como a crise climática, que se agrava todos os dias e precipitará tantas outras crises económicas, sociais e sanitárias. Saímos para dizer que não basta que nos digam que não vem aí mais austeridade, precisamos de um novo projeto, um novo caminho”, diz o texto de convocatória.
O manifesto(link is external) propõe seis pontos para dar resposta à crise de saúde e económica. Defendem a proteção do SNS “dos esforços de mercantilização da saúde, com reforços e garantias de capacidade de resposta às necessidades de cuidados e reforço das condições a quem lá trabalha, com a universalidade e a gratuitidade”, a garantia de acesso a comida “como um direito básico exercido de forma universal, e não como caridade dependente da boa vontade de terceiros”, o fim imediato dos despejos e que os edifícios vazios sejam usados para habitação, acesso energia e água para todas as famílias, acesso universal aos meios digitais e a um sistema de ensino público e universalmente gratuito, bem como o combate ao “racismo, o autoritarismo e a violência estrutural sobre pessoas racializadas e pobres”.
Os ativistas querem “a reconfiguração da economia para o cuidado da vida, uma transição energética justa, o repúdio da dívida, um plano massivo de empregos públicos com direitos, bem como a gratuitidade e universalização do acesso à saúde e ao ensino; e a garantia do acesso à alimentação, à habitação, à energia e a condições de trabalho dignas e igualitárias, resgatando as pessoas, e não os lucros”.
As 21 associações e coletivos que convocam as mobilizações apelam à participação de todas as pessoas que não pertençam a grupos de risco para a pandemia de covid-19. Na manifestação haverá distanciamento social e serão disponibilizados álcool e máscaras, mas a organização apela a que todos os participantes procurem levar o seu material de proteção individual.
As manifestações são convocadas até ao momento por 2degrees artivism, a Coletiva, Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, Brigada Estudantil, Circular Economy Portugal, Climáximo, Coletivo Feminista de Letras, Cooperativa Mula, Fábrica de Alternativas, Feminismos Sobre Rodas, GAAL – Grupo de Acção Antifascista de Lisboa, Greve Climática Estudantil – Lisboa, HeForShe Portugal, HuBB - Humans Before Borders, Movimento Cannabis, Movimento do Centro contra Exploração de Gás, Rés do Chão - Associação pelo Direito à Habitação, SORO Collective, Tipping Up, Plataforma TROCA - Por um Comércio Internacional Justo e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta