Bloco propõe 15 milhões para apoiar jornalismo

A medida tem como objetivo a “manutenção da capacidade jornalística dos meios de comunicação social e da pluralidade na produção de informação enquanto bem comum”. Bloco retoma proposta de criação de imposto Google.

O Bloco de Esquerda anunciou na passada sexta-feira a proposta de uma medida de apoio à comunicação social, no montante de 15 milhões de euros a aplicar no trimestre de Maio, Junho e Julho. O deputado bloquista, Jorge Costa, justificou a medida defendendo que “a crise pandémica reforçou a necessidade de órgãos de comunicação social robustos e capazes de prestarem serviço informativo”.

“O montante deste apoio - 15 milhões de euros - equivale à estimativa de receita trimestral do Imposto Google, a criar mais adiante. Mais do que nunca, as plataformas digitais, que vivem da publicidade cobrada na divulgação de conteúdos alheios, devem ser chamadas a contribuir para que o jornalismo não viva sob ameaça económica”.

O imposto a que se refere Jorge Costa já foi anteriormente proposto pelo Bloco de Esquerda em sede de Orçamento 2020, tendo sido chumbado. O projeto(link is external) apresentado na altura justificava que “a última década revelou a ascensão e o poder da nova economia digital”, que recorre frequentemente a paraísos fiscais. “Das 20 maiores empresas mundiais, nove são agora digitais, quando há uma década apenas existia uma nessa lista”.

Segundo o deputado, “o acesso ao apoio de emergência obriga as empresas apoiadas a manter intactos os postos de trabalho e os salários existentes à data da declaração do estado de emergência (18 de março) e não é compatível com o recurso a lay-off ou medidas que diminuam a efetiva capacidade de produção jornalística.” A medida tem como objetivo a “manutenção da capacidade jornalística dos meios de comunicação social e da pluralidade na produção de informação enquanto bem comum”.

Em comunicado(link is external) emitido na passada quinta-feira, o Sindicato dos Jornalistas alertou para “as implicações do recurso ao lay-off no jornalismo”, pois haverá uma diminuição da capacidade de produção jornalística “das já enfraquecidas redações” dos órgãos de comunicação social. O sindicato apelou assim a que as medidas de apoio ao jornalismo se concentrem “na preservação da capacidade jornalística” assim como da sua pluralidade.

 

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