Novo ano letivo: Ministério "tem de começar a contratar professores já”

Durante uma visita a uma escola em Lisboa, Catarina Martins sublinhou a preocupação pela inexistência de um levantamento da necessidade de professores e assistentes operacionais para o novo ano letivo, tendo em conta que muitos pertencem a grupos de risco e terão de ser substituídos.

Em visita à escola Virgílio Ferreira, em Lisboa, Catarina Martins comentou a necessidade de se fazer um real levantamento das necessidades de contratações para o regresso a um ensino presencial.

Dando o exemplo daquela escola como um caso positivo de funcionamento durante uma pandemia - a escola Virgílio Ferreira foi uma das que esteviram abertas para receber os estudantes filhos de trabalhadores essenciais na altura em que as escolas estiveram encerradas -, a coordenadora bloquista lembrou que não houve qualquer surto nestas escolas precisamente porque o número de professores e assistentes operacionais era elevado face ao número de alunos presentes, assim como era o distanciamento nas salas e recreios. Os trabalhadores das escolas sabem como proteger os alunos e “fazer as escolas funcionar”, mas agora as escolas vão funcionar para todos, e por isso “vai precisar de mais meios”. 

Considerando a importância do ensino presencial para o sucesso escolar, Catarina Martins defende que temos “de concentrar os nossos esforços em garantir que o ano letivo pode funcionar em condições de segurança”. 

 

Para o garantir, reforçou, é necessário contratar mais professores e mais assistentes operacionais, até porque a escola estará aberta mais horas devido ao desdobramento dos horários. A experiência destas escolas indica que esta é a melhor forma de garantir a segurança de alunos e trabalhadores: presença de mais funcionários e desdobramento dos espaços. 

No caso de Lisboa, onde a vereação bloquista é responsável pela pasta da educação, houve pela primeira vez o cumprimento do “rácio dos funcionários nas escolas”, algo que a coordenadora bloquista lembra “não era responsabilidade da autarquia, mas achámos que era muito importante fazê-lo”. 

Porém, o cumprimento dos rádios não é suficiente no contexto de pandemia, “vai ser precisa mais gente e não é em Lisboa, é em todo o país”. 

“Tem de ser o ministério da Educação a fazer a sua parte. O ministério da Educação tem de garantir a contratação de muitos mais assistentes operacionais para as escolas, de assistentes técnicos e de mais professores”, insistiu. 

Isto porque, a par de todos os outros trabalhadores, os professores que se insiram nos grupos de risco para a pandemia de covid19 têm direito a baixa médica. O Bloco de Esquerda e os sindicatos de docentes têm alertado para a necessidade de fazer um levantamento destes professores e avançar-se com a contratação de docentes que os substituam. Porém, não há indícios de que tal tenha sido feito e até agora não foram contratados mais professores.

“O Ministério tem de saber agora que vai ter menos professores e tem de começar a contratar professores já”, até porque “vão faltar” profissionais após o início do ano letivo. 

“Não tem nenhum sentido termos deixado arrastar até setembro o levantamento das necessidades de professores”, conclui, defendendo assim o desdobramento dos espaços e a contratação de mais professores e assistentes operacionais para “termos um ano letivo bem sucedido”.