Tourada não é arte nem cultura!

O Bloco de Esquerda da Nazaré vem por este meio manifestar a sua oposição à realização de touradas no concelho. A tourada é uma exibição pública do sofrimento e maus-tratos dos animais que não pode continuar a ter lugar na sociedade.

O Bloco de Esquerda da Nazaré vem por este meio manifestar a sua oposição à realização de touradas no concelho. A tourada é uma exibição pública do sofrimento e maus-tratos dos animais que não pode continuar a ter lugar na sociedade.

É muito claro que todo e qualquer tipo de atividades tauromáquicas tem vindo a perder adeptos em todo o mundo, Portugal não é exceção. Ano após ano assistimos a um enorme declínio nos aficionados da tauromaquia, particularmente entre as novas gerações, existindo cada vez mais pessoas que não se reveem nestas tradições que violam todo o tipo de direitos dos animais - neste caso dos touros, mas também dos cavalos. Ainda assim, somos um dos poucos países que teimam em manter estas atividades.

A tourada é uma tradição dolorosa e carregada de crueldade dirigida a seres sencientes, ou seja, que sentem de forma consciente. O facto de ser tradição em nada sustenta a sua continuidade, pois se há algo que caracteriza as tradições é a sua mutabilidade, se olharmos a nossa história coletiva percebemos que muitas tradições se vão ajustando aos tempos ou caem mesmo por terra pela sua desadequação. A isto chama-se evolução. 

Os espetáculos tauromáquicos constituem um mau exemplo para crianças e jovens sobre o que deveria ser a nossa relação com os animais e com a natureza, ainda assim a ser anunciados “como acessíveis a crianças e jovens a partir dos 12 anos”. O  Governo anunciou em outubro de 2021 que tinha aprovado um decreto-lei para que o limite mínimo de idade para assistir a touradas passasse a ser de 16 anos, porém o documento não foi publicado no Diário da República.

Mas o Bloco de Esquerda vai ainda mais longe e defende que a idade mínima para a participação e assistência de “atividades tauromáquicas” seja os 18 anos, na sequência de uma recomendação das Nações Unidas apresentada em outubro de 2019.

Defendemos ainda o fim de qualquer tipo de apoio público, direto ou indireto, a eventos que causem sofrimento animal, bem como a implementação de medidas de reconversão dos espaços onde atualmente se realizam eventos tauromáquicos em espaços multifunções com capacidade para acolher eventos culturais e desportivos ou outros que não envolvam sofrimento animal.